Dúvida sobre pseudoréplica/subamostras/independência

Opa, eai pessoal, tudo bem? Tenho uma dúvida que pode ser meio besta em relação a pseudoreplicação/subamostras/independência, mas se alguém puder me esclarecer eu agradeço. 

Bom, suponha que eu esteja trabalhando em um rio (rio Cuiabá por exemplo) e irei coletar amostras do sedimento em um quadrat para verificar a concentração e os tamanhos de microplásticos ao longo desse rio que passa por três cidades com tamanhos populacionais diferentes. Com isso, eu preciso realizar pontos de coletas que represente bem esse aspecto. 

Então, como é em apenas um rio, seriam pontos amostrais com pseudo-réplicas? Não teriam independencia nas amotras? 


Vlw, Abs.

ca

Oi, Alan!

Isso é sempre um tema complicado mesmo, mas vamos lá.

Eu diria que dentro do universo amostral (que é apenas um rio), coletar em quadrats à distâncias razoáveis* não é pseudo-replicação. Isso porque as coletas estão sendo realizadas para estimar o que acontece no rio. Caso você tivesse, digamos, 10 rios diferentes e dentro deles coletassem, vamos dizer, 3 quadrats, então eu diria que os 3 quadrats de cada rio são pseudo-réplicas, e que os rios é que são suas unidades amostrais verdadeiras.

No fim, então, está tudo relacionado à relação da sua pergunta com o seu desenho.

*Distância razoável aqui deve ser encarada como algo que depende do contexto. No caso, seria interessante perguntar qual distância necessária para que as amostras de microplástico coletadas sejam independentes uma das outras.

Grato pela resposta prof Marcos, eu estive pensando: como é apenas um rio, o que acontece a jusante influencia a montante do rio, crio que independência talvez não tenha, mas posso garantir que as amostras sejam suficientemente distintas uma das outras.

Pois é, independência, no fim, não é um conceito fácil de se definir, e não é algo que se possa, por exemplo, simplesmente medir e mostrar como é. Então seguir com uma mistura do seu bom senso com o seu conhecimento do objeto de estudo é o que vai funcionar, no fim.

Sobre a questão do efeito do curso do rio, daria para tentar se "brincar" com isso, dependendo do modelo estatístico por trás. De forma exploratória, pode ser legal ver se a posição tem alguma influência sobre os demais dados (tanto resposta quanto variáveis explicativas também), usando gráficos e medidas simples de correlação. Em um caso mais avançado, seria possível incluir a posição como uma variável ordinal no modelo, mas não necessariamente seria algo simples de se implementar.

Olá Marcos, grato pela reposta. Não sei se entendi exatamente o que você quis dizer sobre incluir variável ordinal. Seria algo que influencia nos dados? Como a densidade populacional, agricultura e atividades antrópicas? Se possível, poderia explicar mais um pouco no próximo webnário? Grato.

Então, a ideia de uma variável ordinal seria criar um sistema simples mesmo, numerando a posição e usando o número como uma indicação da posição. Digamos, por exemplo, que você numere o ponto mais a montante como 1, o próximo como 2 e assim por diante, deixando o ponto mais a jusante com o maior número.

Usar em um modelo pode ser exagero, uma vez que os números, neste caso, não tem significado real, não são medidas de algo que realmente exista - mas é uma possibilidade. Mas um uso exploratório, especialmente no sentido gráfico, pode ser muito útil!

Qualquer coisa falamos sim sobre isso no webnário, ok?

s.