Projeto de doutorado

Olá, boa tarde!
Parabéns pelo super curso!!! Estou aproveitando muito!


Estou querendo uma opinião sobre meu projeto. Entrei no doutorado em março de 2019 e até agora não consegui que nenhum ecólogo lesse meu projeto. Eu sempre trabalhei com taxonomia e me sinto insegura sem uma opinião.

Eu estudo plantas aquáticas em uma lagoa no Rio de Janeiro. Fiz o seguinte delineamento experimental:

A lagoa possui 1 km² e fica uma parte dentro e outra fora de uma REBIO. Ao lado existe uma represa de abastecimento de água que as vezes possui ligação de barco com a minha lagoa (Desenho abaixo).





Demarquei 6 transectos de 50x2m sempre da margem em direção ao meio (li que assim aumenta a diversidade). Subdividi cada transecto em 25 parcelas de 2x2m seguindo a literatura. Totalizando assim 150 parcelas.
Todos os meses faço campo e as seguintes medições: pH, temperatura da água e ambiental, umidade reativa do ar, profundidade, transparência da água (disco de Secchi), cobertura de caba espécie e cobertura de flor de cada espécie. Além disso uso dados de pluviosidade e vento da estação metereológica do município.

Tenho alguns questionamentos desde o início:
1) A pluviosidade é o que mais influencia na diversidade
2) Locais mais rasos possuem maior diversidade
3) A maior floração das espécies será nos meses mais quentes
4) As estações terão padrões de diversidade diferentes
5) Existe diferença de diversidade entre os locais próximos ao rio e à represa

Porém depois de começar, um dos transectos mudou drásticamente. Ele possuia o maior número de espécies agora possui basicamente uma e cobrindo toda a água. Quero muito saber o que aconteceu.


Não sei se o delineamento está bom, se preciso fazer mais algo, mudar de local, fazer em vários locais...não sei qual seria a minha unidade amostral. Tenho dados mensais de maio de 2019 até janeiro de 2020, quando tive que parar por causa da pandemia.

Pensei em usar a CCA (uma pessoa me falou que seria boa. Ainda não assisti essa aula) e uma ANOVA de medidas repetidas. Ao menos identificar as espécies corretamente eu consigo fazer em campo mesmo.

Oi, Yasmin!

Vamos lá: o que será sua unidade amostral vai depender das perguntas que você fizer aos dados, e pode variar de análise para análise (já que diferentes análises podem responder diferentes perguntas que você tem).

Uma anova de medidas repetidas na qual cada transecto seja uma unidade amostral pode fazer sentido sim, dependendo do que você quer testar. Outra possibilidade é trabalhar com modelos um pouco mais complexos, usando cada parcela como unidade mas incluindo a dependência entre as parcelas no modelo.

Por outro lado, acho que começar por métodos multivariados para explorar os dados com certeza será uma boa, e você pode "brincar" um pouco com eles usando parcela ou transecto como unidade, de forma vem exploratória mesmo.

E sim, a CCA ou a RDA são opções interessantes, mas acho importante explorar bastante os dados antes de partir para elas.

Obrigada pela resposta. Eu consegui fazer algumas análises esse final de semana, ainda bem iniciais, mas me senti muito feliz em conseguir fazer.



Fiz essa ANOVA de medidas repetidas com dados de cobertura apenas de uma espécies (Eicchornia azurea). Essa espécie que começou a dominar o transecto 5.

Fiz também uma RDA, mas esto com dificuldade em nomear os pontos para entender melhor



Também durante uma das análises, gerou esse gráfico



Acredito que esse resultado não seja tão bom. Os dados estão muito fora da linha esperada.

Fiz também um gráfico com o perfil de biodiversidade, mas vou enviar no próximo que aqui chegou no limite.

Essas duas fotos são do transecto 5 (Eicchonia azurea). A primeira em maio de 2019 e a segunda em fevereiro de 2020. Acredito que dê para ilustrar bem situação do primeiro gráfico.